quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Jornalista - Antropólogo: Liberdade de escolha

Liberdade de Escolha! Você tem?

Monique Suellen Lima Ambrósio – 6º. Periodo de Jornalismo

Atualmente, uma pequena parte da sociedade escolhe o que quer fazer, porém, a grande maioria é sempre obrigada a executar alguma função. O tema gera curiosidade por envolver a palavra “liberdade”. Rosana Madjarof, em ”Mundo dos filósofos”, coloca que só temos a liberdade de opinião, mas não a liberdade de ação. Decidir ou agir segundo a própria determinação, hoje em dia, é difícil, principalmente quando a área é a profissional. Como Madjarof relata desde as décadas 60/70 a liberdade sempre esteve nos “Donos do Poder”. Acredito que a liberdade é pequena perante toda a sociedade. Pense bem, você tem a liberdade de escolher? Embora a liberdade de escolha exista sim, porém, suponhamos que a decisão sempre será obvia, principalmente quando se deve escolher entre obedecer ao “chefe” ou ficar desempregado.

Na comunicação isso é comum, os jornalistas escrevem para o público, porém, o veículo de comunicação é que determina a maneira/perfil que o jornalista deve escrever. E juntamente com a intenção de informar, o veículo de comunicação, busca vender e conseqüentemente lucrar. Apesar das informações girarem em torno do mundo, é preciso deixar claro que a notícia antigamente era a única forma de informar aos povos o que estava acontecendo. Já hoje em dia, a notícia nos veículos de comunicação se tornaram produtos de venda, na qual se tem com principal objetivo atrair o leitor. Com isso, há uma preocupação quanto à estética do texto, cabendo ao repórter qualificar o texto e o jornal atraindo também com imagens. Lustosa, afirma que o jornalista produz uma mercadoria e toda mercadoria tem de ter qualidade e boa apresentação, porém, a qualidade deve prevalecer sempre sobre a apresentação, pois, o primordial é a informação. Mesmo a notícia sendo transformada em um produto de consumo, a notícia possui fatores que determinam um grau de valor, trazendo uma importância, pois não adianta dar um efeito estético a notícia e não anunciar sua o fato ocorrido. Seus fatores são a oportunidade, proximidade, tamanho e importância. Bem como também, o veículo de informação é comprado por uma necessidade da própria informação. Já o antropólogo, é diferente, ele escolhe qual enfoque quer utilizar. Como o dicionário Aurélio define, a antropologia tem como função pesquisar, analisar os seres humanos com base nas características biológicas e socioculturais dos diversos povos e etnias dando ênfase às diferenças e variações entre eles. Conforme Isabel Trancas diz, pode se concluir que, o jornalista constrói um mundo pelo jornal para o leitor, e o antropólogo lê uma construção da sociedade.

Isabel Travancas relata que o antropólogo desfruta de uma grande liberdade de escolha, uma condição que o jornalista não tem. Apesar de as duas profissões estarem relacionadas com a comunicação, e ambos serem grandes pesquisadores da sociedade; o jornalista, na maioria, é um empregado, já o antropólogo é praticamente um autônomo. As diferenças entre as duas áreas definem-se até em relação à segurança profissional. No dia 19 deste mês, o repórter especial do Correio Braziliense, Amaury Ribeiro Junior foi baleado durante uma reportagem. Conforme a matéria da jornalista Sônia Filgueiras, ele trabalhava há semanas em uma série de reportagens sobre a criminalidade, a violência e o tráfico de drogas nas cidades que cercam a capital. Com um antropólogo, esse tipo de violência é praticamente impossível.

A notícia não é o fato, mas sim o relato do fato. Ela é classificada como uma técnica de relatar ou narrar um acontecimento. Considerando que, primeiramente, antes de ser uma notícia, ela é uma informação, que com a adaptação e utilização das técnicas do jornalismo ou da redação jornalística se torna uma notícia. Todos os dias, novas informações surgem – violência, saúde, política, cultura – o jornalista corre contra o tempo, ele não pode optar por qual segmento escolher, em qual hora redigir a matéria, esse profissional deve apenas cumprir ordens. E, ainda deve escrever de acordo com o seu veiculo, acredito que não existe liberdade nessa profissão. O antropólogo sim pesquisa o seu tema de interesse, organiza-se por onde começar sem se preocupar com o famoso dead line, e entrega sua pesquisa depois ter finalizado, com todas as suas dúvidas, respostas e opiniões bem definidas.

Simone de Beauvoir cita “O homem é livre; mas ele encontra a lei na sua própria liberdade”. Lamentavelmente esta é a realidade, encontramos lei até na liberdade!

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