Por que a bíblia é lida?

Escritor fala sobre literatura, contos e a importância da leitura

“A bíblia é um dos livros mais lidos por que conta histórias, histórias absolutamente extraordinárias”, afirma o médico, escritor e articulista Moacyr Scliar, que ministrou a última palestra da semana acadêmica de Comunicação Social, no dia 07 de novembro. Scliar publicou mais de 70 livros e, é membro da Academia Brasileira de Letras. Para o articulista a literatura começa por um processo que tem haver com a coisa mais intima do ser humano, que é contar histórias. “Lembrem das histórias de vocês crianças, das histórias que seus pais contaram”, explica.

Segundo Scliar, deve-se haver o incentivo da leitura através dos pais. “Todo pai e mãe que lê um capitulo de um livro por noite esta incentivando a leitura”, alerta. O escritor explicou que, os contos de fadas despertam nas crianças ações, emoções, fazem elas entrar em conflitos com si mesma.

Quem não conhece a história do chapeuzinho vermelho? Todos conhecem o conto atual, aonde o lobo mal vai até a casa da vovozinha, come ela e aguarda chapeuzinho para devora-la também. “Não era assim”, afirma o escritor. Scliar contou que antigamente chapeuzinho vermelho caminhava na floresta, o lobo mau a encontrava e devorava-a ali mesmo. Segundo ele, naquela época todas as adolescentes tinham que passar a primeira noite com o senhor feudal e, os pais contavam essa história para suas filhas não irem a floresta, alertando que o senhor feudal poderia pega-las. “O conto tinha uma finalidade pedagógica de avisar”, afirma.

“Literatura não é matéria para vestibular”, alega Scliar. A função da literatura é proporcionar emoção e prazer ao leitor. Atualmente, o livro tem se tornado um dos objetos indispensáveis para a sociedade seja no escritório, na sala, quarto, ônibus, metro e, até no banheiro. “Pra gente aprender tem que se emocionar. Tem que haver uma interatividade com o livro e leitor”.

Sonhamos todos os dias! Dá para acreditar? Pois é, o articulista afirma que sonhamos em média de 4 vezes por noite. E alerta que, quando o sonho é interrompido a tendência é de acordar irritado, mal-humorado. “Nossa mente e como uma casa, temos acesso ao inconsciente quando sonhamos”.

O palestrante fez uma comparação entre escritor e jornalista. Ele relatou que, para escrever um livro não precisa perguntar, pode dar assas a imaginação, já o jornal, deve-se saber o que aconteceu, o factual. “A dimensão é totalmente diferente”.