terça-feira, 10 de junho de 2008

Comunicação nas Escolas: A educomunicação é o que faz a diferença na sociedade!

Edla Mattoso, Lauane Melo, Monique Suellen – 7º período de Jornalismo.

Para haver uma comunicação nas escolas é necessário que haja um educomunicador, ou seja, um profissional que atue na interface da Educação e da Comunicação. Teixeira (2008) define Educomunicação “Como um campo a mais no universo ensino aprendizagem e que envolve um novo perfil profissional, o que se faz necessário conhecer tanto da área da comunicação, quanto da educação”.

Este profissional deve sempre procurar conhecer os impactos das mídias no cotidiano das pessoas e grupos. Tem como função exercer a comunicação na educação. Na prática seria realizar um projeto de rádio, televisão, jornal ou internet em uma entidade educativa (escolas, creches, casas lares). Realiza assim, os diversos recursos da informação em ações educativas. De acordo com Teixeira (2008), esta metodologia pode “acima de tudo favorecer no alunado o desenvolvimento do espírito critico criando um diálogo produtivo e politicamente positivo e ainda ampliar sua capacidade de expressão”.

O resultado deste profissional traz como objetivo despertar o senso crítico e propor novas experiências no meio educacional, fornecendo assim, um ambiente dinâmico educativo. Soares (2005) explica “que esta área foi criada para formar especialistas que consigam dominar corretamente a relação entre o mundo da mídia e o mundo da infância e da adolescência”. É considerado como um método que emprega recursos da comunicação ampliando espaços de expressão na sociedade.

Estudar não é só aprender português, matemática, biologia, história e geografia. Este meio de ensino tem como objetivo muito mais do que isso, pois, o conhecimento gera a formação do caráter. Então como ficam as crianças de colégios municipais e estaduais? Deve-se haver a necessidade de ativar as idéias e críticas de crianças e/ou adolescentes, por meio do ensino. Colégios privados sabem muito bem disso e, desenvolvem muitos projetos, trazendo aos alunos conhecimento cultural e tecnológico. Já entidades e escolas carentes não possuem recursos financeiros para desenvolverem propostas e projetos. Cabe a sociedade, acadêmicos e pessoas voluntárias a incentivarem e realizarem propostas para este meio.

A informática e tecnologia são um dos meios que aos poucos, estão entrando na sociedade, tornando-se, um meio de comunicação de massa, como a televisão e o rádio. Sendo assim, estudos com esses meios de comunicação devem participar em ações educativas. Diretores e professores precisão estar atualizados e proporcionarem aos alunos um conhecimento sobre esses veículos, tais como suas definições, efeitos, pontos positivos e negativos, alertas. Os corpos docentes das escolas precisam encaixar nas grades escolares esse novo método, para assim, formar um aluno capacitado para o campo de trabalho e para o mundo.

Como idealizadores de projetos neste âmbito podemos citar Maria Verônica Rezende Azevedo, ela elaborou uma tríplice parceria entre a escola pública, uma emissora de TV educativa e a universidade, como linha a construção da cidadania. Azevedo dividiu o projeto em três etapas, sua intenção foi ensinar os alunos a produzir telejornais.

Outro projeto foi Ana Maria Schultze. A autora apresenta sua experiência em uma escola carente, como um “esforço hercúleo, porém extremamente gratificante” (2005, p.06). Schultze instalou um laboratório preto e branco na escola, o que contou com fotógrafos profissionais quanto à doação de equipamentos e materiais necessários. Capacitaram alunos e alunas para a correta utilização dos mesmos. Foram usadas algumas técnicas alternativas, como a fotografia de câmera de buraco de agulha e acompanhamentos das ampliações de imagens em preto e branco a partir de negativos. Com as poucas câmeras compactas que conseguiram para o projeto, os alunos fotografavam seu cotidiano. A professora do município de São Paulo quis mostrar aos alunos que a fotografia não é apenas um resultado conseguido através de uma câmera (aparelho) e sim um recorte, uma construção intencional de cada um. Para provar essa afirmação ela cita Kossoy que expõe “o dado do real, registrado fotograficamente, corresponde a um produto documental elaborado cultural, técnica e esteticamente, portando ideologicamente: registro/criação” (2005, p. 07).

Um dos projetos mais conhecidos é o Educom.Rádio que foi um projeto destinado a introduzir os conceitos e procedimentos da comunicação nos espaços educativos, em escolas do ensino médio, da região Centro-Oeste no Brasil. O trabalho se caracterizou por meio da formação de um grupo de profissionais da educação para o uso da linguagem e da produção radiofônica no contexto escolar. A intenção do projeto foi de promover a inclusão do meio para colégios públicos. Teve como objetivo resgatar a participação do educando e educador no espaço escolar. Alves e Machado (2006, p.02) relatam que “tal objetivo pode parecer utópico ou ser tachado de ousadia, sonho, mas foi justamente essa perspectiva que fez com que tantos fossem envolvidos e muitos outros se envolvessem”.

Trabalhar a comunicação na educação é uma tarefa simples diante das demais. A dificuldade esta em reconhecer que este meio é necessário em uma escola e, também, de haver pessoas que se interessem por este tipo de projeto. A sociedade precisa reconhecer a educomunicação, não como um projeto alternativo, mas sim, como imperativo nos ambientes de ensino.

O senso crítico de crianças e adolescentes são adquiridos nas escolas. Professores não têm somente como função básica ensinar, mas sim despertar no aluno o conhecimento e a crítica. Somente através dessa interligação entre Comunicação Social e Educação é que se adquire o senso de conhecimento, trazendo ao estudante uma análise, gerando uma crítica, censura e/ou aceitação. Meios de comunicação são formadores de opinião e estão presentes do dia-a-dia de todos os habitantes da terra, seja a televisão, rádio, impresso e internet. Este último em especial, que é considerado uma tecnologia e desperta na criança a vontade de conhecer e aprender. Informação, divulgação e entretenimento são prioridades dos meios de comunicação e, a criança e/ou adolescente deve entender o quão influenciador e manipulador são estes veículos. Devem saber trabalhar com eles, conhecer os pontos positivos e negativos, para saber defender-se desta Indústria Cultural.

Apesar do ensino básico ser necessário, somente a educomunicação formará um cidadão que faz a diferença na sociedade em que ele vive.

REFERÊNCIAS

ALVES, Patrícia Horta,

MACHADO, Eliany Salvatierra:

Artigo: Educom.Rádio.Centro-Oeste, uma política pública, rumo a autonomia.

http://reposcom.portcom.intercom.org.br/bitstream/1904/19921/1/Eliany+Machado-Patr%C3%ADcia+Alves.pdf - acessado em 22/03/2008 às 10:12 horas.

AZEVEDO, Maria Verônica Rezende:

Artigo: Telejornalismo e educação para a cidadania: Uma experiência de educomunicação.

http://reposcom.portcom.intercom.org.br/bitstream/1904/4897/1/NP11AZEVEDO_MARIA.pdf - acessado em 16/03/2008 às 13:15 horas.

MORAN, José Manuel:

Os meios de comunicação na escola.

http://www.crmariocovas.sp.gov.br/com_a.php?t=003 – acessado em 16/03/2008 às 10:23 horas.

SCHULTZE, Ana Maria:

Artigo: Educação, comunicação e fotografia: estabelecendo alicerces na escola pública fundamental.

http://reposcom.portcom.intercom.org.br/bitstream/1904/18402/1/R1793-1.pdf - acessado em 03/03/2008 às 23:06 horas.

SOARES, Ismar de Oliveira:

Mas afinal, o que é educomunicação?.

http://www.usp.br/nce/wcp/arq/textos/27.pdf - acessado em 16/03/2008 às 00:52 horas.

SOARES, Ismar de Oliveira:

Artigo: A formação do educomunicador: 15 anos na busca de uma mais profunda relação entre o profissional da comunicação/educação e o mundo das crianças e dos adolescentes

http://reposcom.portcom.intercom.org.br/bitstream/1904/16799/1/R1544-1.pdf - acessado em 16/03/2008 às 23:19 horas.

TEIXERA, Ieda Maria Ribeiro:

Educomunicação: Estratégias da comunicação em espaços educativos.

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